Os jovens de hoje cresceram com acesso abundante à internet – coisa que tem uns dez anos de existência – e estão sempre procurando inovação, criatividade e personalização. Ouvi-los é uma ótima forma de gerar mudanças positivas no seu negócio!
Um exemplo que virou sucesso nos Estados Unidos foi o concurso do salgadinho Doritos – veiculado no intervalo do principal evento esportivo do país, um dos espaços publicitários mais caros do mundo. O anúncio foi selecionado pelo público jovem através da votação na Internet, onde o visitante podia votar num dos cinco finalistas. O vencedor foi para a mídia numa das mais comentadas campanhas de marketing da história.
Tudo porque a marca deu espaço para o público jovem expor suas ideias. A propósito, se você ficou curioso, confira abaixo o vídeo campeão. Escutando o que seu público jovem tem a lhe dizer, você investe em inovação e aumenta a produtividade de sua empresa.
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Tradução:
“E aí cara? O que é isso?”
“É a minha bola de cristal”
“Isso parece um brinquedo de neve.”
“Não é real. veja! Doritos livre no trabalho hoje? Eu acho que é um sim!”
“Doritos livre”
“Eu finalmente vou conseguir aquela grande promoção?”
“Promoção? Não no sue futuro!”
Outros finalistas:
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[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=HUFvJNQ0bnM&hl=pt-br&fs=1&color1=0x3a3a3a&color2=0x999999]
O CEDIMENTO DO SEGMENTO
Sempre foi assim, bastou apertar um botão, empurrar uma roda ou acender um foguinho que já vinha um a anunciar: estamos no futuro! Que nada, tudo evolui e sempre foi assim. Se hoje temos a impressão que chegamos a um ponto de grande evolução tecnológica, é por que ainda não conhecemos aquele menino que daqui a dez anos inventará a célula de odor termoelétrica digital para TVs e Máquinas de sonhos. E assim, finalmente poderemos sentir o cheiro dos programas de televisão e filmes. Um espetáculo! Quanto à Máquina dos sonhos, deixa pra lá, quando chegar a hora você entenderá melhor.
Mas independente do menino inventor, o jogo é assim: passado, presente e futuro. Não que estes tempos verbais imaginários não se embaralhem e aconteçam em ordens inimagináveis, mas, normalmente, são assim classificados. E talvez seja tão difícil nos situarmos nestas classes de tempos, por que sempre existiram e existirão comportamentos que não se alteram nunca na história. Como os fortes abusarem dos fracos, os mentirosos serem desacreditados no momento em que falam a verdade e mais algumas condutas humanas decodificadas por Shakespeare.
São nestes momentos de unanimidade comportamental (bonito conceito este, não?) que ficamos um pouco perdidos no espaço. Pois, quando na história do homem, as mulheres não se encontraram para falar de coisas subjetivas que só elas entendem? Quando as pessoas não se uniram por afinidades? Em que instante os caçadores pré-históricos não preferiram se comunicar entre si ao ficarem ouvindo os ótimos sermões dos vegetarianos? Bem, é isso, não temos como situar o passado, o presente e muito menos o futuro diante deste comportamento de união dos aparentemente iguais, que assim sempre representaram e representam uma opinião incontestável, mesmo que paranoicotidianamente.
Porém, o que vem acontecendo nestes tempos é uma maior exposição destas preferências, uma melhor oportunidade de exibir nossas “verdades”, dando uma falsa impressão de novidade para este momento. Pois as comunidades dos que odeiam bife de fígado ou amam a Madonna ou odeiam shopping aos domingos sempre existiram; no entanto, com mais dificuldade para vir à tona. Assim como a dos que odeiam gelo na Coca-Cola do Bobs e picles do Mc Donalds sempre estiveram aí. Afinal as preferências estão nos rondando há séculos, e por isso há os que idolatram Freud e Foucault, assim como há os que veneram o Luciano Huck, a Angélica e seu elenco de filhos.
Hoje ficou simples conhecer seus iguais, basta ir a um desses grupos de milhares de associações de pessoas fictícias ou não, que tem o Orkut como seu principal representante tupiniquim, e se cadastrar. Assim, um mundo novo de oportunidades irá lhe contemplar. Como ficar sabendo que existem 400 mil seres brasileiros que odeiam a mocinha da novela das oito ou que mais de 28 mil criaturas colecionam sandálias Havaianas pelo mundo. E por aí vai.
Este é um método humano que funciona quase como a segmentação dos tempos, mas que atualmente alguns acreditam ser a segmentação dos seres consumidores. Isso mesmo, como se fosse uma mágica. Esquecendo-se que uma pessoa quando recebe a classificação de segmentada, não fica cimentada. Pois revistas para o público negro são compradas por muitos cabeleireiros louros, e muito batom vermelho é comprado por palhaços profissionais e heterossexuais, se não for indiscrição minha citar isso. Assim como vários exemplares de jornal são vendidos a criadores de pássaros analfabetos, para forrar pisos de gaiolas. Então, para que este artigo não vá parar debaixo de um cocô de passarinho, logo informo:
Este texto é inclassificável, insegmentável e impublicável, principalmente, para pessoas classificadas e segmentadas.
Flávio Assum
(www.linkedin.com/in/flavioassum)
flavioassum@hotmail.com