CLAUDIO NASAJON

Em abril, motivado por um grupo de colegas corredores da Universidade, coloquei como meta correr uma meia-maratona em setembro. Nâo parece nada muito especial, mas considere o contexto. Eu teria que sair da situação de empreendedor cinquentão sedentário, incapaz de correr 2Km sem parar, a meio-maratonista em menos de seis meses! Parecia uma meta ousada e muitos ao meu redor criticaram a desnecessária pressão para atingi-la em tão pouco tempo. Pois bem; eu aceitei o desafio e passei a postar no blog e no facebook os resultados para permitir que outros o acompanhassem.

Ontem, por volta das 9:40h da manhã,  completei os 21Km da meia-maratona de Buenos Aires!

Foi a coração de seis meses de preparação física e comprometimento espiritual que culminaram com a emoção indescritível de cruzar a linha de chegada. O que me parecia impossível no ano passado, passou a ser apenas difícil no início deste ano e tornou-se fato consumado há poucas horas. Conquistei um território, ganhei (literalmente) uma medalha e atingi a minha meta.

Quero agradecer, de coração, aos que me apoiaram com suas palavras e ações desde que tomei a decisão de me preparar para esta empreitada.

Faço menção especial a Marco, André e Mauro, que se dispuseram a me acompanhar pessoalmente nesta jornada e quero deixar registrado meu mega-super-agradecimento ao Igor, que foi quem trouxe a ideia em primeiro lugar, e quem mais me empurrou para a frente antes, durante e depois da corrida.

Obrigado também à minha esposa e aos meus filhos, pela paciência de aturar as minhas ausências durante os treinos e pela torcida incondicional.

Um elogio público ao Gustavo Marques, meu treinador, que durante todo este tempo foi extremamente flexível com os horários, mas absolutamente incorruptível com a programação.

Finalmente, algo digno de comentário, fruto de uma sugestão do Marco pouco antes da corrida, é que durante o trajeto, nos vários momentos em que senti cansaço ou dor, imaginei meu pai e meu avô, entre outras pessoas queridas que não estão mais conosco, fazendo a torcida junto com a multidão que eu via passar aos lados da pista.

Todos, presentes ou não, estavam comigo ontem e os momentos que passamos juntos em Buenos Aires antes da largada, durante a corrida e depois da chegada, ficarão por muito tempo em minha memória, e para sempre em meu coração. Obrigado pela força!

E agora?

Um texto do escritor argentino Jorge Bucay define bem o meu sentimento. Ele diz que viver é como caminhar por uma trilha em direção ao topo da montanha. Cada passo, cada escorregão, cada atalho representa uma lição e nos leva ao crescimento. Diz ele: “um dia, mais cedo ou mais tarde acontece. Um dia chegamos ao topo, ao lugar mais alto. E percebemos que conquistamos algo importate e que é bom, muito bom, estar ali. Mas o tempo passa, e depois de celebrar e curtir essa conquista, os aplausos começam a ficar entediantes e a gente se dá conta que não pode ficar ali, naquele ponto, quieto para sempre. É preciso seguir em frente, buscar outras montanhas ainda mais altas, novos desafios, novos caminhos para o crescimento”.

Eu acabei de chegar e ainda vou ficar um tempinho curtindo este momento, mas já sinto que mais cedo ou mais tarde, precisarei buscar uma nova montanha para escalar.

E você? Qual é a SUA montanha?

Um abraço,

Claudio Nasajon

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