CLAUDIO NASAJON

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Vou contar uma história pessoal aqui, mas se você quiser “apenas o que interessa”, pode pular direto para o minuto cinco em que eu explico a importância de detectar problemas no seu negócio antes que eles aconteçam, ou assim que começarem a acontecer.

O resultado talvez seja menos inspirador, mas é melhor do que nada. 🙂

Quando recebi a notícia de que meu pai tinha um câncer terminal, minha ficha, finalmente, caiu.

Eu já sabia que, em algum momento, precisaria ter uma conversa com ele para acertar contas da minha juventude, mas nunca achava a hora “certa” para isso.

Imagino que você tenha seus próprios fantasmas e saiba que, nesses casos, qualquer coisa serve de desculpa para adiar o confronto.

O fato é que, quando eu soube que a expectativa de vida dele era de no máximo, seis meses, minhas prioridades mudaram subitamente.

Era agora ou nunca.

Entenda; eu fui uma criança rebelde, um adolescente arrogante e um jovem intragável.

Meus pais, meus irmãos e até meus funcionários, pelo menos nos primórdios da empresa, pagaram um dobrado por ficar ao meu lado.

Lembro, por exemplo, de quando tinha seis anos e briguei com meu irmão. Meu pai interferiu e eu o enfrentei.

Ele então ameaçou nos levar até a pracinha e nos deixar lá.

Eu não me intimidei. Respondi “pois deixe”.

Ele colocou meu irmão e eu no carro, nos levou até a pracinha da esquina e nos “abandonou” lá.

Meu irmão, dois anos mais novo, começou a chorar.

“Não se preocupe, ele vai voltar” disse eu para acalmá-lo.

“Como você sabe”?

“Eu sei”.

E eu sabia. Tinha certeza de que meu pai nunca nos abandonaria.

Na verdade ele ficou nos olhando a uma distância segura e poucos minutos depois “voltou”.

Eu fiquei manso, mas lembro que, além do alívio de “estar certo”, me senti mais forte do que antes por ter “vencido” aquela batalha.

Idiota.

Para mim, parece que foi ontem, mas isso aconteceu há mais de cinquenta anos.

Aos dezesseis, comecei a minha vida empreendedora. E com a independência financeira, veio a arrogância.

Nessa idade eu fazia festas (hoje seria um DJ), vendia cubos mágicos que comprava no atacado por uma fração do preço e, pouco mais tarde, comecei a programar computadores, descobrindo uma paixão que levaria à fundação da Nasajon Sistemas.

Só que esse sucesso empresarial precoce forjou um jovem empresário absolutamente intragável.

Uma vez, quando eu tinha vinte e poucos anos, meu pai me chamou a atenção porque não liguei o farol do carro ao entrar num túnel.

Eu gritei dizendo que não precisava de “aulas de direção”, que o carro era meu e eu faria o que quisesse.

Imbecil.

Ele, muito calmamente, pediu para que eu o deixasse descer no próximo ponto de ônibus.

E eu deixei.

Estúpido.

Memórias como essa tenho várias e cada vez que alguma me vem à cabeça, a vontade é voltar no tempo para me dar um soco na cara.

Mas além de não podermos voltar no tempo, a culpa tem uma parte boa que é justamente ajudar a moldar o comportamento.

Quando percebemos que agimos errado, transformamo-nos em pessoas melhores.

No meu caso, com a lapidação natural dos anos, o nascimento dos meus próprios filhos e muita análise, vi que meu pai era o meu ídolo.

Que se eu tive certeza de que ele nunca me abandonaria na pracinha era porque sabia que sempre poderia contar com ele.

Experimentei na pele o que é tratar com adolescentes e muitas vezes apelei às mesmas ferramentas que meu pai havia usado comigo para educá-los.

Hoje tenho orgulho do que meus filhos se tornaram, mas nunca havia tido a oportunidade de conversar com meu pai para desculpar-me pelo que lhe fiz e agradecer-lhe pelo que ele fez por mim e por nossa família.

Até saber que ele havia recebido “o chamado”.

Engraçado como as prioridades mudam ante a perspectiva da morte.

Papai viveu pouco mais de dois anos depois de confirmado o diagnóstico e foi nesse período que eu tive as conversas mais profundas, mais sinceras e mais reconfortantes que eu já tive com uma pessoa em toda a minha vida.

Numa dessas conversas percebi que o relacionamento é uma via de mão dupla – sempre é – e que também fui responsável por coisas boas que aconteceram a ele.

Uma das coisas que ele nunca cansou de me agradecer, por exemplo, foi ter criado a Nasajon.

Eu tinha dezenove anos quando fundei a empresa e nessa idade era “dono do mundo”, mas quando a operação começou a crescer, eu senti a falta de ter alguém de confiança para tocar o setor administrativo-financeiro.

Nesse período ele tinha uma empresa que não andava muito bem e propus que viesse trabalhar comigo.

Depois de pensar muito, ele disse que aceitava, desde que meu irmão, Eduardo, que na época estudava ciências da computação, também fosse admitido na sociedade.

E assim forjamos uma parceria que durou vinte e sete anos, que cresceu ao ponto de se tornar a sexta maior empresa de software de gestão do Brasil (IDG) e uma das melhores empresas para se trabalhar no país (GPTW).

Em 2008 meu pai finalmente passou para o andar de cima, mas o seu legado permanece tão vivo como sempre, tanto na família, já na terceira geração, quanto na empresa que construímos juntos, hoje com 37 anos, 250 colaboradores, mais de 4.000 clientes e cerca de 60.000 usuários.

Atualmente Eduardo é o Presidente da empresa e, junto com uma maravilhosa equipe de gestores selecionados a dedo, mantém a operação enquanto eu me dedico à expansão e novos negócios, que é o que me faz feliz.

O que isso tudo tem a ver com gestão e negócios?

O ponto é que, às vezes, só percebemos as coisas quando já é tarde demais.

Acontece com casamentos.

Quando alguém percebe que a relação desandou, já não dá tempo de consertar.

Acontece com carros.

Quando o motor começa a fazer barulho, o problema já passou do ponto de ser resolvido facilmente.

Acontece com pessoas.

O funcionário trabalha desmotivado até que decide buscar outro emprego e quando o gerente percebe, não tem mais como reverter.

Todas situações que, se tivessem sido percebidas com antecedência, teriam sido resolvidas com uma fração do esforço.

Para isso é que servem os detectores de fumaça.

Permitem agir quando o foguinho ainda pode ser apagado com extintores, antes que vire um incêndio e acabe com tudo.

As empresas deveriam ter tantos “detectores de fumaça” quanto possível.

Um exemplo é o nosso setor de GRC (Gestão de Relacionamento com Clientes).

Há poucos dias, durante uma reunião de gerentes, falamos da acertada decisão de incluir no processo, um contato com o cliente vinte dias depois da venda, para “detectar fumacinhas”.

Antes só ligávamos após três meses, quando a implantação já estaria concluída, mas percebemos que alguns pontos de fricção aconteciam nos estágios iniciais.

Num desses casos, a cliente ficou irritada porque ninguém havia entrado em contato com ela para marcar a implantação.

Ela não lembrou que precisava agendar a visita no setor de suporte, para adequar o horário à sua própria conveniência, e ficou esperando o contato.

Assim que percebemos o mal-entendido, agendamos a visita e resolvemos o problema, mas se não tivéssemos ligado, e percebido a fumaça, era capaz de a irritação evoluir e se transformar numa devolução.

Já aconteceu antes.

Conclusão: a melhor cura é a prevenção.

Tente identificar os focos de insatisfação na sua empresa e crie alertas que permitam identificar as tempestades antes que virem furacões.

Uma das ferramentas mais úteis que nós tempos para isso é o portal de atendimento ao cliente.

Nele, não só identificamos as causas dos contatos como conseguimos, de uma forma visual e muito intuitiva, entender onde estão as “pedrinhas” que precisamos tirar do caminho.

E a boa notícia é que a sua empresa também pode ter um desses.

Estamos falando de um sistema que funciona na nuvem (não precisa de instalação ou equipamentos especiais) e cujo investimento é da ordem de R$ 200 por mês.

Se tiver interesse em conhecer, basta enviar um e-mail e pedirei a alguém do meu time para agendar uma demonstração sem compromisso.

Eu tive a sorte de receber o alerta da partida de meu pai com dois anos de antecedência. Tive o privilégio de poder fazer o “ajuste de contas” com ele e dou graças por isso. Muitos não têm essa sorte… acidentes levam as pessoas de uma hora para outra, sem dar tempo de se despedir, de preparar o terreno.

Nos negócios isso acontece todos os dias. Algumas vezes detectamos o foguinho a tempo e temos tempo de corrigir o problema, mas em outras, quando percebemos, o fogo já virou incêndio.

Esta é a hora, ou como disse o grande pensador Hillel, “se não agora, quando?”

Até a próxima!

Claudio Nasajon

PS: Lancei o curso “Como Atrair Mais Clientes” no portal da Nasajon Educacional. Se você tem um negócio, ou presta serviços profissionais, vale a pena conhecer o conteúdo.