Hoje, em Física Quântica, não se fala mais em universo, mas em multiverso. A suposição de que exista um único universo não tem mais lugar na ciência. A Física acredita que estamos em um dos universos possíveis. Supõe-se que este atual apareceu há 15 bilhões de anos, resultante de uma grande explosão, que hoje apelidamos Big-Bang. Qual é a lógica? Há 15 bilhões de anos, é como se alguém pegasse uma mola e fosse apertando, apertando, apertando até o limite, e amarrasse uma cordinha. Imagine o que tem ali de matéria concentrada e energia retida! Supostamente nesse período, todo o nosso universo estava num único ponto adensado, como uma mola apertada e, então, alguém, alguma força – Deus, não sei, aqui a discussão é de outra natureza – cortou a cordinha. E essa mola, nosso universo, está em expansão até hoje. Haverá um momento em que ele chegará ao máximo da elasticidade e irá encolher outra vez. A ciência já calculou que o encolhimento acontecerá em 12 bilhões de anos. Fique tranquilo, até lá você já estará aposentado pelas nossas regras.
Assim, há 15 bilhões de anos, houve uma grande explosão atômica, gue gerou uma aceleração inacreditável de matéria e liberação de energia. Essa matéria agregou-se formando o que nós, humanos, chamamos de estrelas, que se juntaram formando galáxias. A ciência calcula que existam, em nosso universo, aproximadamente 200 bilhões de galáxias. Uma delas é a nossa, a Via Láctea que, aliás, nem é muito grande. Calcula-se que ela tenha cerca de 100 bilhões de estrelas. Portanto, estamos em uma galáxia, que é uma entre 200 bilhões, num dos universos possíveis e que vai desaparecer.
Na nossa galáxia, repleta de estrelas, uma delas é o que agora chamam de estrela-anã, o Sol. Em volta dessa estrelinha, giram algumas massas planetárias sem luz própria, nove ao todo, talvez oito pela polêmica classificação em debate. A terceira delas, a partir do Sol, é a Terra. O que é a Terra então? A Terra é um planetinha que gira em torno de uma estrelinha, que é uma entre 100 bilhões de estrelas, compondo uma galáxia, dentre outras 200 bilhões, num dos universos possíveis e que vai desaparecer. Veja como nós somos importantes…
Nesse lugarzinho tem uma coisa chamada vida. A ciência estima que em nosso planeta haja mais de trinta milhões de espécies de vida, mas, até agora, só classificou por volta de três milhões. Uma delas é a nossa: homo sapiens, uma entre três milhões de espécies já classificadas, que vive num planetinha, que gira em torno de uma estrelinha, uma entre 100 bilhões de estrelas, compondo uma galáxia, dentre outras 200 bilhões, num dos universos possíveis e que vai desaparecer.
Essa espécie tem, em 2009, aproximadamente 8 bilhões de indivíduos. Um deles é você. Você é um entre 8 bilhões de indivíduos pertencentes a uma única espécie, entre outras três milhões de espécies classificadas, que vive num planetinha, que gira em torno de uma estrelinha, uma entre 100 bilhões de estrelas, compondo uma galáxia, dentre outras 200 bilhões, num dos universos possíveis e que vai desaparecer.
É por isso que todas as vezes na vida que alguém me pergunta “você sabe com quem está falando?”, eu respondo: “Você tem tempo?”.
Claudio Nasajon